J-AGRO é um grupo de ex-estagiários do programa do Ministério da Agricultura do Japão para agricultores nikkeis do Brasil, Argentina, Paraguai, Bolivia e Peru que recentemente se incorporou ao programa.
Este site visa compartilhar e divulgar conhecimentos adquiridos durante treinamentos no Japão para trocar ideias entre agricultores nikkeis da América do Sul e o Japão.

Os jovens corredores da nova agricultura no Japão – Cases de Sucessão na Agricultura

Alvaro Tatsuya Yamamoto / UNICASTRO – Cooperativa Agrícola União Castrense / Curso: Grupal - Treinamento voltado aos jovens agricultores (10/2018)

    Dentro de um puxado programa de visitações a empresas, feiras e produtores, na reta final em meados de outubro de 2018 acompanhamos uma aula do programa ‘Front Runners’, programa governamental da província de Gunma com objetivo de formar jovens líderes do setor agrícola. Este programa surgiu como solução para o problema de envelhecimento da população dos campos, e a falta do interesse dos jovens para trabalhar nas regiões afastadas dos grandes centros, fazendo com que força dos trabalhadores rurais fosse cada vez mais composta por pessoas de idade avançada e sem conseguir dar sucessão aos negócios. Quem nos acompanhou foi o sr. Yoshihisa Shibuya, um dos idealizadores e responsáveis pelo desenvolvimento do programa ‘Front Runners’.

(1) Aprendizagem do curso
Front Runner’ é um termo inglês que significa corredor da frente. É usado para descrever aquele que sai na frente, que é um líder de alguma coisa ou o favorito para ganhar. O mundo profissional é como uma corrida, e sai ganhando aquele que toma a frente com iniciativa, preparo e força de vontade.

O objetivo do curso é buscar despertar o desejo nos jovens de realizarem seus sonhos de uma vida bem sucedida, e dar condições para que seus talentos possam ser aplicados na produção agrícola, independente da sua formação acadêmica inicial. Ou seja, usando da expertise desse jovem em outras áreas, usando da sua vontade de criar com a necessidade de inovar da agricultura tradicional em um mercado extremamente exigente e competitivo.

Durante o programa, além da visita a sala de aula, conhecemos vários jovens produtores empreendedores que fizeram parte das turmas anteriores desse projeto e suas propriedades. Pudemos observar vários cases de sucesso diferentes, que implementaram seus planos de ação através do conceito da 6ª industrialização.
Visitamos um jovem casal, que não era do ramo agrícola, mas entraram no ramo de produção de batata konnyaku e com produtos inovadores, gelatina de konnyaku, de semelhante a tapioca nas bebidas populares de chá, focando criar um mercado consumidor com apelo de produtos diferenciados e de baixa caloria. Com o passar do tempo, expandiram para parcerias no exterior para a produção da batata com menor custo de produção e estão iniciando o trabalho de divulgação e venda do produto industrializado no mercado norte americano.

Outro produtor se tornou especialista de batata doce, e buscando solucionar o problema de sazonalidade na produção e variação de preços, investiu na fabricação de batata doce desidratada, tendo assim como agregar valor ao seu produto e conseguindo fornecer o produto durante todo o ano. Buscando sempre novas ideias, participa ativamente de um grupo de jovens empreendedores rurais de diversas áreas de atuação e regiões, também ex-cursista ‘Front Runners’, com foco na recuperação das áreas improdutivas e questões sociais.




Tivemos o exemplo de uma jovem que demonstrando vontade de buscar novas oportunidades para família, fazendo curso ‘Front Runners’, além de trabalhar para aperfeiçoar cada vez mais o processo de produção de hortaliças e mudas de temperos na sua propriedade, criou uma marca própria para sua produção de arroz, para atingir nichos de mercado com arroz gourmet, para jovens  casais, que compram em pequenas porções, que sempre procuram novidades, etc;

(2) Aplicação do aprendizado
Em resumo, o treinamento abre a mente para buscarmos novas formas de trabalhar com os produtos existentes, agregando valor com processamento ou formas de comercializar, criando um nome, uma marca, buscando nichos de mercado ou fomentar novos produtos visando a diversificação. E isso deve ser posto em pauta para um planejamento de médio a longo prazo para que também as atividades atuais não sejam inviabilizadas ao longo da evolução das exigências do mercado interno, visando a sustentabilidade econômica das atividades da cooperativa e dos cooperados / produtores.

Requer um trabalho árduo com relação a mudança de cultura tanto por parte dos produtores quanto por parte dos consumidores, mas que pode e deve ser trabalhada de forma localizada, começando pequeno e persistindo, a exemplo do modelo nipônico.

Na volta ao Brasil, em fevereiro de 2019 tivemos a oportunidade de receber o sr. Shibuya na Cooperativa Unicastro, através da CKC para uma palestra focada para jovens sobre inovação na agricultura, com exemplos de gestão avançada e técnicas como 5S, kaizen, etc onde pudemos reforçar esses conceitos que vimos durante todo o treinamento no Japão.

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